terça-feira, 3 de novembro de 2009

Convívio de Gerações

Qual é a sua tribo? Se você até agora conviveu quase que exclusivamente com gente igual a você, privilegiando a aproximação com pessoas da sua tribo, prepare-se porque isso vai mudar. O ingresso no mercado de trabalho traz uma realidade bem distinta e o coloca muito próximo das outras gerações, as mesmas a que pertencem seus pais, aqueles primos mais velhos ou mesmo seus avós. Claro, a interação se dá em um patamar diferente do que é a relação familiar, porém exige, da mesma forma, maturidade para fazer das incongruências um fator positivo de aprendizado e evolução para todos.
As empresas que acreditam de fato no valor da diversidade sabem que ela inclui o conflito positivo entre as gerações. Pena que, na prática, muitas vezes esse embate se transforme em duelo. Isso ocorre porque as partes teimam em não enxergar o ponto de vista alheio. De um lado, os que estão há mais tempo no jogo resistem ao novo; de outro, há a impaciência dos mais jovens, a chamada Geração Y, uma turma que cresceu no embalo da instantaneidade da Internet, em um mundo onde tudo ocorre online e em tempo real.
A verdade é que, hoje, quatro grupos geracionais interagem nas estruturas corporativas e, juntos, precisam buscar resultados em um ambiente de altíssima complexidade. Ocupando os postos de maior responsabilidade estão os Baby Boomers, pessoas nascidas no pós-guerra e que ingressaram no mercado de trabalho entre meados da década de 60 e fins dos anos 70. Não é exagero afirmar que se tornaram os maiores workaholics da história recente.
Um presença forte é a da Geração X, que veio logo a seguir. Como uma espécie de antídoto aos padrões anteriores, os nascidos entre 1961 e 1979 buscaram dar ênfase ao equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Primeira geração de maior preparo acadêmico e experiência internacional, mostrou-se mais cética em relação às empresas. A lealdade foi perdendo força na mesma proporção em que as organizações se viram impossibilitadas de garantir a segurança que ofereciam no passado.
Senso de lealdade, disciplina e respeito pela autoridade, aliás, caracterizam um terceiro grupo que ainda encontra remanescentes nas estruturas de algumas empresas. São os Tradicionais, nascidos até 1946, que se mantêm ativos graças ao aumento da expectativa de vida. É de se imaginar as distâncias que precisam ser percorridas e os esforços necessários para compatibilizar realidades tão distintas, ainda mais quando entram em cena os Y, reivindicando maior autonomia de ação e de opinião.
Olhando para os últimos 50 ou 60 anos, podemos perceber que cada geração não apenas enfrentou os desafios de sua época, como também deixou um legado. Os Tradicionais fizeram a construção no pós-guerra, enquanto os Baby Boomers desencadearam todo um conjunto de fenômenos sociais e de mudanças de comportamento. Deram início, ainda, a um novo patamar de evolução tecnológica, que os X estão cuidando de maximizar.
Para quem dá os primeiros passos na carreira, parece cedo para perguntar sobre o legado que os Y darão a quem vem por aí. A perspectiva histórica mostra, no entanto, que o tempo é ainda mais veloz do que podemos supor.

Leandro Guerrero
Socio da DNA Hunter
www.dnahunter.com.br

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